1º de Maio: Dia de Memória da Rebeldia, Luta e Resistência das/dos Trabalhadoras/Trabalhadores!!!

Os Mártires de Chicago – 1º de Maio é uma data simbólica para a luta!

No dia 1º de maio de 1886 – Chicago –, os principais centros industriais dos Estados Unidos foram paralisados. Os embates dessa época tiveram seu desfecho em um conflito envolvendo os trabalhadores e a polícia. No dia 4 de maio, o desenrolar desta contenda, foi a morte de sete agentes policiais ocasionadas pela explosão de uma bomba. A polícia, então, abriu fogo sobre a multidão de trabalhadores, matando vários e levando à prisão militantes do movimento, que foram acusados de serem os culpados pela explosão. O desfecho: trabalhadores foram condenados à morte em julgamentos vergonhosos que tinham como jurados patrões e pessoas diretamente ligadas a eles.

 

Em 2015, anos e lutas mais tarde! 129 anos do episódio dos Mártires de Chicago!

As condições vividas pelos trabalhadores daquela época não mudaram de maneira significativa. Continuamos a viver em uma sociedade com baixos salários, em que impera a pobreza e muitos passam por dificuldades em detrimento do luxo de poucos.

Os meios de comunicação controlados pela elite, junto com os que se venderam aos patrões, têm tornado o dia internacional do trabalhador mais um de seus “feriados oficiais”. Infringe, desse modo, uma violência simbólica que coloca em pauta uma data ao trabalho e não ao trabalhador; uma comemoração que não relembra a luta e sim um “culto ao trabalho”, com a pretensão de se passar por neutra e genérica, deixando de lado a dor e o sangue derramado nessas reivindicações.

Trazemos sempre em nossa memória essa data como dia de relembrar companheiras e companheiros que tombaram lutando por um ideal de libertação, rebeldia e foco na tática pela transformação estrutural da sociedade, que ainda não mudou da forma que tanto almejamos!

 

O ataque aos direitos dos trabalhadores!

Nesse momento, enfrentamos a ameaça de retirada de direitos conquistados com muito suor e sangue. Políticas neoliberais estão sendo aplicadas à conta gotas, aumentando a precarização do trabalho. Como exemplo, podemos citar aqui o projeto de lei que autoriza a ampliação da terceirização do trabalho (PL 4330).

Para nós trabalhadores, a terceirização significa um dos maiores retrocessos em anos! Além da precarização nas condições de trabalho, as empresas terceirizadas acabam retirando seu lucro dos salários dos trabalhadores que já ganham, em média, 20% a menos e, com a aprovação do projeto, essa redução será de 30% nos salários dos terceirizados; não tendo a possibilidade de reivindicação de direitos diretamente com o patrão, dificultando também a organização sindical; nossos direitos passam a correr riscos maiores. Em suma, com a terceirização ampla, o resultado será: aumento do desemprego, perda da estabilidade trabalhista, os trabalhadores poucos qualificados sofrerão mais ainda, haverá um significativo aumento da rotatividade dos trabalhadores.

Dentro desse bojo de assaltes aos direitos dos trabalhadores, também existem as medidas provisórias 664 e 665 – que reduzem e atacam direitos trabalhistas como: FGTS e Seguro Desemprego. Lembremos que esse ataque não é exclusividade de partido “X” ou “Y”. O governo do Partido dos Trabalhadores, que há muito traiu o povo, inaugurou essa nova fase de restrições aos direitos trabalhistas. Com isso, abriu caminho para partidos que historicamente estão alinhados com a elite, a exemplo do PMDB e do PSDB. O governo do PT concluiu o projeto iniciado no governo de Fernando Henrique Cardoso. Diga-se de passagem, nós trabalhadores devemos sempre lembrar que, na democracia dita representativa, os partidos acumulam para os partidos, e não para a luta do povo. Não há partido que represente a vontade dos trabalhadores, pois: Nenhuma de Nossas Urgências Cabe em Urnas!

            A maioria dos sindicatos e suas centrais viraram departamentos do governo, com funções assistencialistas e recreativas. Em vez de greves e manifestações, os sindicatos se ocupam das maiores trivialidades. Os sindicatos, outrora combativos, dão lugar aos sindicatos pelegos, que defendem o interesse do governo e dos patrões ao invés das reivindicações dos trabalhadores.

Não tarda que algumas discussões voltem a ser pauta do dia, a exemplo: Previdência Complementar (baseado no PL 1.992/07), Fundações Públicas ou Privadas (baseado no PLP 92/07), Direito de greve (baseado no PL 4.497/01), Demissão por insuficiência de desempenho (baseado no PLP 248/98), entre outros. Com alvos claros, os que estão no poder – a serviço dos que exploram os trabalhadores – têm como objetivo enfraquecer a luta, impondo ao povo a ideia de conciliação de classe, valorização do trabalho (e não do trabalhador), subserviência e respeito à ordem opressora. Basta lembrar que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), criada em 1943, foi baseada na Carta del Lavoro, legislação da Itália Fascista. Com muita luta, durante anos, temos tensionado para que as condições de trabalho tornem-se toleráveis porque longe estão de ser as ideais. O retrocesso que sofremos em direitos nos últimos anos não pode e não será tolerado!

É cada vez mais urgente nossa organização desde baixo! É cada vez mais urgente nosso enfrentamento nas greves, nas ocupações, nas ruas! Avançar em Novas Conquistas e Contra a Retirada dos Direitos já Conquistados!

Lutar de novo e sempre por nossos direitos! Ombro a ombro, com combatividade!

O caminho nos leva à memória de luta e rebeldia dos Mártires de Chicago!

Viva o 1° de Maio. Viva a luta dos trabalhadores!

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