Depois de um ano de mobilizações e greves por todo Brasil. Os trabalhadores da educação voltam as ruas em 2012 na luta por melhores condições salariais e por mais verbas para as escolas e universidades públicas .
As mobilizações ocorrem pelo Brasil todo e giram em torno da aplicação de 10% do PIB na educação pública e da implementação da lei do piso salarial nacional para os trabalhadores da educação.
A implementação do piso na prática deve ocorrer por pressão popular.
Enquanto o MEC manipulando os dados de correção do piso aponta o valor de R$ 1.451,00 A CNTE vem reivindicando o piso de R$ 1.937,26 o que seria um avanço para a grande parte dos trabalhadores da educação, mas ainda assim estaríamos bem aquém do necessário.
Segundo pesquisas do Dieese o salário mínimo necessário para atender a essas necessidades deveria ser hoje de R$ 2.323,21. Valor mínimo para qualquer trabalhador independente de sua formação ou cargo.
Em Mato Grosso, a maioria das prefeituras ainda não pagam o piso o que demonstra a imensa tarefa que temos pela frente. Mobilizações, debates com a população, organização, panfletagem, aulas públicas, greves, ocupação de prédios públicos enfim, muita luta.
Cidades como Cuiabá e Várzea Grande estão com salários bem abaixo do piso e muitos ganham menos que um salário mínimo. O rebaixamento das lutas salariais na educação pode tornar o piso salarial o teto salarial.
As prioridades dos governos estão claras e são com os interesses das elites que passam hoje pelas grandes obras, especulação imobiliária/financeira e privatização de bens públicos. Com o pretexto da realização da Copa são desviados milhões de reais, que poderiam ser destinados a saúde e educação, para obras super faturadas como é o caso do VLT em Cuiabá, que se tornou um escândalo nacional. O ônus de toda essa “farra” será pago pelos bolsos dos trabalhadores à custa de desapropriações da população pobre de suas moradias .
A reivindicação pelo aumento da porcentagem do PIB de 5 para 10%, é mais do que justa, é necessária, recusamos a proposta de 7 % do governo federal que não tem compromisso com a educação púbica, investindo milhões nas universidades particulares. Enquanto isso, sofremos no nosso dia a dia com problemas básicos de infraestrutura como falta de carteiras, paredes caindo, instalação elétrica insuficiente para a estrutura dos prédios, reformas que demoram eternidades…
Na resistência a toda essa precarização saudamos a mobilização feita pela comunidade da E.E. Teotônio Carlos da Cunha Neto em Confresa, que ameaçados de serem remanejados e a SEDUC se recusando a dialogar, ocuparam e acamparam em frente à escola como um ato de resistência a política autoritária e de contenção de gastos da secretaria. A resposta do governo foi de chamar a polícia, mas com a repercussão negativa de sua atitude está sendo forçado a negociar com a comunidade.
Ações como essa possibilitam pensar que é necessário a participação e, uma forma de luta mais combativa e reivindicando o aumento do investimento na educação e saúde pública. Cabe a nós, trabalhadores e trabalhadoras que estamos no dia a dia da escola fazermos esse debate com a comunidade para construir uma prática sindical de base desburocratizada e fora dos aparelhos partidários e também dos conchavos com governos. É com participação que mudamos a escola e o sindicato.
NAS ESCOLAS, NAS RUAS, NA LUTA ! AVANÇAR EM NOVAS CONQUISTAS! NEM UM PASSO ATRÁS!
http://autonomiaelutamt.blogspot.com.br/2012/03/autonomia-e-luta-n-09-educador-lutando.html